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Bookish by the sea

Bookish by the sea

Setembro 03, 2023

Tive um acidente lá em casa que implicou tirar e voltar a arrumar todos os ármarios da cozinha. Trivialidades estranhas para partilhar num blogue sobre livros, eu sei. Ou não será?

Dear dolly.jpeg

 

Pois é. No pico do verão, com a maioria dos meus podcasts de férias, fui acometida subitamente de uma vontade intensa de ouvir pessoas falar enquanto despachava as aborrecidas tarefas domésticas. E assim decidi revisitar um formato que não uso frequentemente, os audiolivros. 

No ano passado, antecipando uma viagem de carro de muitas horas, decidi instalar e experimentar o período gratuito de uma das apps mais conhecidas (o Scribd, que recoment FYI). Na altura, na lógica muito portuguesa de fazer render o peixe gratuito, li/ouvi qualquer coisa como sete livros em dias dias, metade dos quais enquanto trabalhava horas extra numa grande conferência.

Gostei do formato, embora na altura tenha concluído que só servia para certos tipos de livros (leia-se livros de romance, mais simples e fáceis de acompanhar enquanto ando por aí a fazer outras coisas). Ainda assim, e por muito que tenha apreciado a subida vertiginosa nas estatísticas mensais de leitura, optei por não ficar a pagar mais uma subscrição que não tenho tempo de aproveitar (eu sei, problemas de primeiro mundo no século XXI).

Este longo parentisis só para concluir que: sim, se ainda não experimentaram os audiolivros, não neguem uma ciência que desconhecem à partida. Podem surpreender-se.

Ufa, vamos ao comentário do livro que li desta vez!

Dear Dolly é uma compilação de cartas enviadas por leitores do The Sunday Times para a coluna de opinião da autora, Dolly Alderton. Como na coluna, encontramos conselhos um pouco sobre tudo:  amor, amizade, relações e outros desafios da vida (da mulher) contemporânea.

Algumas reflexões são bastante previsíveis e não particularmente originais. Mas outras são de facto muito interessantes. Há comentários sobre a questão do timing certo numa relação. Sobre arranjar tempo para estar com os parceiros. Sobre a evolução das amizades. Ou sobre como dizer aos velhos amigos que recebem mais que nós que não ganhamos o suficiente para acompanhar as atividades de grupo.

Não é de todo o melhor livro da autora. O livro de memórias Everything I Know About Love foi de longe um dos livros que mais me surpreendeu nos últimos anos, por isso seria sempre difícil superar (ou mesmo igualar esse feito).

Mas se nesse Dolly Alderton se apresentava como uma irmã mais velha, que acabou de superar uma série de provações e nos dá esperança ao sair "do outro lado", em Dear Dolly, a escritora surge com uma voz bem mais madura. Com enorme empatia e sem julgamentos, é notório o esforço por mostrar compreensão com quem lhe escreve (mas também sobre as pessoas sobre quem os leitores se queixam).

Por fim, um último comentário sobre o formato escolhido. Este é um excelente livro para consumir como audiobook. Lido pela própria e com capítulos curtos, torna-se bem mais fácil acompanhar sem perder fio à miada. É ideal para ouvir aos poucos nas viagens diárias entre casa e trabalho (ou lá onde tiverem de ir).

 

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