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Bookish by the sea

Bookish by the sea

Maio 03, 2023

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No ano passado comecei a ler policiais nórdicos. 

Na altura comecei esta espécie de desafio pessoal em que queria ler alguns dos livros preferidos das minhas pessoas preferidas. E a minha mãe, que é uma grande fã do género, recomendou-me os livros da Camilla Läckberg. Fiquei fã, já vou no quarto ou quinto da saga. 

Assim, há umas semanas peguei no "Marcada para a Vida" a pedido da minha mãe para lhe dar a minha mãe. Venderam-lhe este novo lançamento como a "nova Camilla Läckberg" e ela queria saber se se verificava... Achei uma forma de promover o livro enganadora.

 

Sim, as duas autoras são mulheres, têm idades próximas, são ambas suecas e escrevem romances policiais passados na Suécia, que geralmente têm algum tipo de paralelo entre um crime do presente com um mal resolvido no passado. Mas para mim as semelhanças terminam aí.

Camilla Läckberg cria ambientes tão ricos e bonitos que os seus livros se tornam visuais. Apesar dos crimes horrendos, as lindas paisagens nórdicas e os personagens (com as suas falhas e defeitos) tornam-se familiares e acolhedoras.

Emilie Schepp escreve um intriga complexa e intrigante, numa grande escala e com muitas ramificações. A sua trama mete política, escândalo, um problema social complexo (migrações). Prende, mas não pelos mesmos motivos. Passa-se numa cidade da Suécia, mas podias passar-se em qualquer outro lugar do mundo. As personagens não são tão aprofundadas, não são tão relacionáveis pelas suas falhas, a protagonista é uma "personagem cinzenta" que abusa do seu poder supostamente pelo bem (uma narrativa que dados os abusos de poder por parte da polícia que temos visto em tantas sociedades nos últimos anos, já não cai tão bem como caia na altura em que o livro foi escrito). 

"Marcada para a Vida" tem ainda uma outra caraterística que é uma clara distinção da série "Fjallbacka" que ando a ler de Läckbergacaba num cliffhanger em vez de arrumar cada crime no seu livro e dar continuidade através da vida pessoal das personagens. Comercialmente isto é ótimo, mas eu enquanto leitora não aprecio particularmente (principalmente estando o texto original numa língua que não me é acessível e sabem os deuses da economia se o segundo volume chegará às bancas algum dia)

Schepp tem ainda uma estranha fixação com as horas que se revela irrelevante para a história. Era de pensar que as constantes referências temporais iriam ser revelantes para o desenlance, mas não é o caso.

A minha cópia sofre ainda de um outro problema que infelizmente é muito recorrente nas primeiras edições dos livros traduzidos em português. As suas páginas (sobretudo nos primeiros capítulos) estão carregadas de gralhas, a um ponto que me faz questionar se o texto foi sequer revisto.

No geral não achei uma má leitura. Não sei se faço questão de continuar a saga, mas se uma cópia do segundo volume me aparecer à frente sou capaz de dar uma oportunidade.

 

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